domingo, 18 de março de 2012

PARTO NA ÁGUA



No mundo inteiro, cada vez mais mulheres têm procurado formas alternativas para dar à luz. Ouve-se falar em parto de cócoras, parto natural, parto domiciliar, parto na água e daí por diante.
No Brasil, embora as mulheres têm começado a demonstrar mais interesse pelo assunto, são ainda poucas as opções de partos naturais que são oferecidas. No serviço particular, cerca de 80% dos partos são cesáreas. Dos 20% normais, quase todos são feitos com a mulher deitada, com as pernas em estribos, anestesiada, dentro de centros cirúrgicos. Apenas uma pequena fração dos partos normais acontecem de forma mais natural.
As razões para esse descompasso em relação a outros países são várias. Entre elas estão a cultura médica, interesses financeiros, desconhecimento da classe médica e principalmente da população e falta de ambientes adequados.
O parto na água é uma modalidade de nascimento onde a mulher fica dentro da água durante o período expulsivo de modo que o bebê chega ao mundo no meio aquático, exatamente como estava no útero. A água é aquecida a 36ºC, o ambiente geralmente fica à meia luz e o pai ou acompanhante pode entrar na banheira com a mamãe.
Esses nascimentos costumam ser muito suaves e calmos e muitos bebês sequer choram quando são trazidos para o colo de suas mães.
Alguns médicos alegam que esse parto não é seguro, porque o bebê pode aspirar água. Na verdade os registros de incidentes nos partos aquáticos são muito raros e comparado com partos na mesa ginecológica o parto na água não perde em segurança, e ainda ganha em qualidade do nascimento.
Outros profissionais alegam que na água não dá para fazer a episiotomia. Este argumento é falho já que a questão é que no Brasil faz-se mais episiotomia que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde e outros órgãos de saúde. Na água morna o períneo fica bastante relaxado em relação ao parto tradicional, e as rupturas são raras e geralmente muito superficiais. A episiotomia nesse tipo de parto embora seja possível, é desnecessária em quase todos os casos.
O uso da banheira também pode ser iniciado antes do período expulsivo, para relaxamento e para a suavização das sensações do trabalho de parto. As contrações ficam menos fortes e o bebê pesa menos sobre o colo do útero. Muitas mulheres saem instintivamente da água na hora do bebê nascer. Sem dificuldade e se sentindo muito bem.
Aqui no Brasil, conhecemos poucos profissionais que oferecem o parto na água hospitalar como uma das possibilidades de atendimento: alguns em São Paulo e outros no Rio de Janeiro, até porque os próprios hospitais não aceitam essa possibilidade (não esqueça que as taxas de cesarianas dos hospitais particulares são de 90-95%, portanto o parto na água não é um "produto" interessante). No entanto se o parto for domiciliar, o parto na água é possível com o uso de banheira inflável, fáceis de se encontrar e montar. Em muitas cidades grandes já existem médicos e enfermeiras obstetras que atendem partos domiciliares, e a banheira é uma ferramenta que em geral eles oferecem.
Nos hospitais que oferecem banheira nas salas de parto, essas são estreitas e não servem para o período expulsivo. No entanto são ótimas para o relaxamento durante o trabalho de parto. Por outro lado é possível um parto na água em casa e para isso usa-se uma piscina desmontável, dessas infantis, que pode ser enchida com água do chuveiro.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Tenho um filhotinho já... lutei como pude para que fosse parto normal, mas não consegui! Foi cesária, e para mim, foi traumatizante! Queremos mais um serzinho de luz nas nossas vidas, mas tb quero que seu nascimento seja o mais natural possível... em casa, na água!!!

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